As visitas à icónica cidade de Paris inspiram-me sempre para escrever sobre o amor, desta vez não foi exceção, mas do outro lado do prisma😊. Sentadas numa esplanada parisiense, ao som de uma deleitosa melodia francesa e com os nossos primaveris lenços da Hermes, viajámos até 20 anos atrás, fomos até aos anfiteatros das aulas de psicologia da universidade, e de modo quase inevitável o nosso pensamento voou até às relações humanas e à enorme dificuldade que temos em dizer adeus…

Existe em nós uma intrínseca dificuldade em dizer adeus, em nos despedirmos de pessoas, situações ou projetos que já não valem a pena, e que só nos causam inquietude e dor. Mesmo assim, repletas de mágoas, com pleno consentimento na nossa mente, não conseguimos ou não queremos fechar a porta, despedir-nos…

A amargura vivida pela perda de alguém, pela mudança de um projeto profissional ou até mesmo a dor da rejeição de uma relação, assemelham-se a dores físicas e intensas. Com uma dor emocional concreta, muitas vezes andamos com a cabeça às voltas, questionamo-nos: “Como assim? O que Aconteceu? Hum… estranho!?Que tempo sem relógio, e sem manual de instruções é este? O que é que eu faço agora?…pois…”

Não existe uma resposta padrão, cada um de nós é um ser humano único, com um perfil emocional diferente, cada uma vive as suas dores de forma singular. Poderemos ficar, dias, semanas, meses, anos lado a lado com o sofrimento. Feliz de quem supera este quadro de ansiedade com relativa facilidade e segue com a sua vida. Tristeza, falta de energia, pouco ânimo, disponibilidade para experimentar coisas novas, ou até mesmo realizar as que antes eram prazerosas, pode ser um desafio difícil, mas não impossível.

Um qualquer processo de rutura emocional é complicado, mas não precisa de se tornar uma marca para o resto da vida, somos capazes de limitar determinados tipos de hábitos que se tornam nocivos ao processo. Por exemplo, no caso de um termino de namoro, porque é que o constante acesso aos conteúdos digitais da outra pessoa nas redes tem de continuar a acontecer? Algo de errado se passa na vida das pessoas, certo??  Quase meticulosamente se tornou um padrão, analisar, projetar, criticar o outro que já não faz parte da vida…  Sem falar nos filmes e nas músicas que levam degrau a degrau à infelicidade… vamos lá parar de cuscar o insta de quem não interessa, de questionar como vai a vida, ou de manter conversas sobre o futebol… No fundo, sabemos o quanto nos incomoda, sim é uma procura pelo prazer imediato, mas com um custo emocional, brutal…

Vamos lá pessoal substituir velhos hábitos, por novas estratégias.  Não trazer sempre estes mesmos assuntos à tona é recomendável, o foco da tua vida és tu. Enquanto amigas também podemos evitar certos clichés “deixa disso, sai dessa” …, mas que raio de conselho é este?? Está tudo louco?? A pessoa quer sair da situação mas simplesmente não consegue, a melhor coisa que podemos e devemos fazer é dar a nossa mão e o nosso ombro, não julgar, estar disponível e proporcionar todo o apoio emocional que possamos.

Por considerar que quem ainda não sofreu por amor, irá sofrer um dia. Esta reflexão irá continuar…

Um Xi coração Pipe.