O amor é uma delícia.

O amor encanta, leva-nos a fazer coisas muito tontas, mas também nos salva, dentro da nossa própria solidão existencial. As delícias do amor são irrepetíveis muito saborosas, principalmente quando multiplicadas pelos doces anos da nossa juventude. O “gigante” filósofo Espinosa (de origem portuguesa) e talvez acalorado pela energia que característica os latinos aponta para uma ideia de amor baseada na simples existência.  A simples ideia de existires, me traz felicidade e sou tomada por uma satisfação imensa…concordo com ele😊

Na minha vida nem sempre o amor foi um mar de alegrias, agora não sofro por amor, mas já sofri, conheço  muita boa gente por aí que sofreu, sofre e virá a sofrer… (esperamos nós que não muito), faz parte… mas é algo que devemos enfrentar nós não aprendemos com erros, aprendemos com a experiência e com as consequência desse mesmo erro, não vale a pena arrepender, vale a pena aprender. Uma das maiores dádivas que o amor verdadeiro  pode  proporcionar , é a superação das dificuldades, a coragem para continuar,  a fortaleza da felicidade.

O poder e a imensidão do amor são conquistadores da minha vida, peço à Lei natural que me leve quando o deixar de amar, porque isso sim é envelhecer. Fascinam-me histórias verídicas de casais de velhinhos, que partem com meses de diferença, após 50, 60, 70 anos de vida em comum. São lindos romances, tristes mas indubitavelmente  lindos, com verdade e majestade.

Defino para comigo mesma com clareza o papel que o amor tem na vida,  na minha vida: para mim amar é sinónimo de alegria, leveza e não de angustia. O amor perdura no tempo, ao contrário da fugacidade da paixão,  o eterno duelo intensidade vs leveza, ganha relevo, quem vence? Eu considero o Amor vencedor, mesmo quando aquela velha  e desafeiçoada amiga chamada emoção, decide afincar umas partidas. A solução parte por nos sentirmos confortáveis connosco próprios, afinal eu como, ando  e respiro sozinha certo? Se a minha existência não for suportável a mim, como será para os outros? Pare, escute e olhe, depois atravesse… nenhuma fissura aberta, dá origem a um amor verdadeiro. Cá para mim, duvido sempre de afetos vertiginosos que brotam da mente. O coração é preenchido com serenidade, não com intempestividade.

Por fim mas não naturalmente e ao  estilo de Espinosa termino com uma declaração de amor:  a consciência que existes  me deleita, existe uma felicidade em mim e a causa dessa felicidade é simplesmente estar consciente que existes .Por todas a vezes que me lembro de ti,  acompanha  a saudade, alegria e a gratidão por ter tido o privilégio de ter na minha vida.

1 Xi Coração Pipe

Texto dedicado às diferentes formas de amor.