Da minha boca escutarão muitas vezes, que prefiro mil vezes um adolescente irrequieto a um adolescente paciente… a estes fujo a sete pés! A vida tem-me vindo a demonstrar, que um teenager levado da “breca”, geralmente resulta num adulto equilibrado e quando é muito zen e responsável, geralmente revela-se o contrário.
Facto é que as diversas realidades de todas as nossas relações são complexas, tanto no amor, como na amizade até ao nível profissional, todas elas sem exceção. Para a sobrevivência das mesmas, sem exceção há um denominador comum que nos completa que tem por base o carinho, a dedicação e compaixão.
Se há um consentimento entre todos nós, pais, é o desejo de que a adolescência, esta fase tão única, passe rápido e que o futuro dos nossos filhos seja um trilho de sucesso! Tudo passa de um modo muito rápido, sem darmos por isso apercebemo-nos o quanto os nossos filhos cresceram! Dou por mim com genuína saudade da entrada no jardim de infância, dos anos dourados do 1º ciclo e da queda dos dentes de leite. Quem não se recorda daqueles dóceis sorrisos, sem nenhum dentinho de leite à frente? 🙂 Pois…o tempo passou, por eles, por mim, por vós… Desde sempre habituada a escutar a voz do meu coração, e a tomar as minhas decisões (muitas delas importantes que erradamente tomei, acreditem que muitas foi por ter seguido o conselho de outros sobre a minha vida)
Clara e inequivocamente a minha vida enquanto mulher, mãe, CEO, é feita de altos e baixos, de encontros e desencontros, deceções e realizações. Nem sempre é fácil, investir na consistência em contraste com a superficialidade. Aceitar as dificuldades, trilhar o caminho mais longo, que certamente não é o mais rápido, mas o único que me permite encarar com a lucidez necessária toda a complexidade da minha vida e das relações que construo no dia a dia, sobretudo com os meus filhos.
Uma fase peculiar é esta nossa “querida” adolescência, as variações de humor, as crises emocionais são uma autêntica ode à poesia para nós, pais, pelo menos para mim. Mas de novo a voz do meu coração diz-me:” A linha de chegada em qualquer situação não é o que importa, mas sim o percurso que se constrói até lá.”
Ser mãe de um casal de adolescentes, totalmente diferentes, em personalidade, pesos e medidas😊 é um desafio, obriga-me a compreender as situações do dia a dia de cada um. Não é fácil, não é linear e engloba muito mais do que a rotina de ir e vir para a escola. Cada um carrega consigo, uma realidade, uma multiplicidade de experiências e ambivalências de sentimentos. Factualmente e infelizmente nos dias que correm, tira-se esta conclusão: ninguém ouve ninguém, anda toda a gente zangada e aos berros, as pessoas gostam mais de falar do que ouvir, e chegar rapidamente ao destino sem o mínimo esforço, parece ser “o prato do dia”. Saber escutar é importante, o quotidiano não é raso, superficial, os adolescentes exigem carinho, investimento e paciência.
É um tempo sem relógio e sem manual de instruções, valorizemos o que temos, sempre na certeza que investir na solidez com passos pequeninos mas adequados, pode ser o caminho mais longo, mas aquele que acreditamos ser o correto e que nos levará a nós e aos nossos filhos, certamente a um bom lugar e a um saudável equilíbrio.
Foi o meu desabafo desta semana.
1 Xi Pipe.