Ser mãe é a minha razão de ser, é o meu estado para a vida, uma jornada de amor, entrega, em função de três seres humanos maravilhosos, que dia após dia crescem a meu lado. Não consigo quantificar em qualquer tipo de circunstância e adversidade que possa surgir, o amor que sinto por eles, não é dividido, é multiplicado.

Por vicissitudes da vida, esta é a minha história e também a história da Mila. A Mila é uma “mãe de carne osso”, aliás uma super, valente e dócil mãe que nunca desistiu daquele que mais ama: o seu filho.  Sempre enxergou as habilidades e não banalidades, sendo por vezes ignorada, dou Graças a Deus por tê-la conhecido.

Com apenas “dois dedos “de conversa, apercebemo-nos que existia um denominador comum nas nossas vidas. Tal como eu, ela convive há anos com as Perturbações do Desenvolvimento Infantil e Dificuldades de Aprendizagem: A Hiperatividade e Deficit de Atenção (PHDA) e no caso particular da Mila, também a Dislexia.

Desengane-se quem pensa, que se tratou de uma conversa enfadonha ou de vitimização, nada disso!!! Obviamente, que o estigma e discriminação é um obstáculo enorme e foi tema de conversa. Todavia, os nossos filhos são maravilhosos, e por determinadas circunstâncias são PHDA e no caso em concreto Disléxico. Fiquei deveras impressionada com o percurso que me foi relatado. Inspirador o seu testemunho, nunca desistiu da procura do conhecimento, do diagnóstico adequado, da intervenção precoce junto à escola, à comunidade, desalinhando murros e preconceitos em seu redor. A Mila inclusive organiza exposições no seu local de trabalho com os magníficos trabalhos manuais do filho, os quais tive o privilégio de observar.

Quer a PHDA quer a Dislexia, são muitíssimas vezes desconsideradas e desconhecidas pela sociedade, acarretando danos emocionais, sociais, profissionais gravíssimos aos próprios e consequentemente também as suas famílias.

Ambas as Perturbações “tocam” a dificuldade de aprendizagem, que como o próprio nome sugere, trata-se disso mesmo, de uma dificuldade que é ultrapassada! Haja vontade!

Torna-se indispensável, mudar paradigmas, diagnosticar, implementar programas de investigação, intervenção e acompanhamento.

E assim… sem que nada o previsse, estava encontrado o Máximo divisor comum de conversa, entre estas duas mães:  A estratégia de Coping. Ambas no destino da vida, vimo-nos a desempenhar, sem que nada o fizesse prever. Seguimos em frente em função dos nossos filhos, e de uma causa comum perante toda a sociedade. Na certeza, que o Hábito não faz o Monge, melhores dias virão!  Na certeza de nunca julgar as pessoas, somente pelas circunstâncias ou diferenças.