Queridas mães, nunca os 35,8 quilómetros entre Fernão Ferro e Setúbal me pareceram tão longínquos e cansativos como agora me fazem aparentemente sentir. Não sei se devido à duplicidade semanal aliada à agitação do quotidiano de uma mãe como eu, com três filhos, duas delas com diagnósticos especiais, a verdade é que mesmo assim, perante toda a fadiga, eu não me deixo vencer!

Se a minha filha mais velha já tem um longo caminho percorrido, a mais nova ainda só agora iniciou o seu percurso. Quanto a mim, não me deixo vencer! A minha filha ainda não fala, e quando digo não fala, não me refiro a repetição automática em “modo papagaio”, mas sim a ter um discurso, eu disse ainda não porque um dia ELA IRÁ FAZÊ-LO, a minha Borboleta …vai ter um discurso!

A minha participação como co -terapeuta em todo este processo é algo que surge naturalmente em mim, que desde o primeiro momento encaro com leveza no coração, todos os dias dou comigo a magicar ideias na construção de jogos e materiais de suporte. Jurei a mim mesma que o faria e é com a maior das alegrias que o faço e o partilho, com quem o quiser.

A Borboletinha tem o seu plano de intervenção concebido e implementado, a mim enquanto mãe, cabe-me acompanhar, mas acima de tudo, cabe-me participar.  Não nego, há dias exigentes, há outros em que precisava de 48 horas em vez de 24 h, mas clara e inequivocamente meses após o início da intervenção adequada, ficamos com o coração cheio quando observamos as primeiras manifestações positivas das mesmas. É bastante gratificante quando as terapeutas, médicos dos nossos filhos nos incentivam e nos parabenizam a continuar a “nossa programação caseira”, se assim o podermos chamar. Seja isso o que for, aqui deixo um bocadinho mais de nós para que possa contribuir para um bocadinho mais de vós.

Mensalmente, assumo o compromisso de disponibilizar todos os meus conteúdos.

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